Dívidas levam devedores à depressão
Juros cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, financiamentos.
Por Marcelo Segredo
A notícia é antiga, no entanto retrata a delicada situação financeira e emocional de milhares de brasileiros.
Em 16/04/09 foi noticiado na imprensa a prisão da empresária Roselaine, em Novo Hamburgo/RS, por ter matado o marido, a filha, a irmã e a sobrinha. Segundo as cartas encontradas pela polícia o que motivou a empresaria a matar pessoas tão queridas e próximas, foram dívidas, penhora de imóvel, e sua empresa em processo de falência. Para aqueles que não se recordam ou não tomaram ciência, a notícia está disponível na internet (http://tvig.ig.com.br/102594/empresaria-mata-familia-no-rs.htm)
O Problema – Em 18/04/19 atendi um rapaz de 32 anos, onde a primeira frase que saiu da boca dele foi: “Estou sufocado, sinto fortes dores no peito, não consigo mais trabalhar, tão pouco sinto vontade de viver”. Detalhe importante; trata-se de um cidadão formado em economia, contabilidade, fala duas línguas e trabalha em uma multinacional, onde tem uma renda media de 7 mil mensais. Incompetente? Descontrolado? Não. Trata-se de mais uma vítima do mercado bancário que não enxergava mais saída alguma para sanar seus problemas financeiros. Para se ter uma ideia, seu salário todo(R$ 7 mil) eram suficientes para cobrir os juros abusivos, e para passar o mês era obrigado a entrar novamente nos limites de cheque especial, cartão de crédito e empréstimos. Após uma longa conversa consegui mostrar a ele que seus problemas poderiam ser resolvidos. Dia 20/04 retornou para darmos início aos trabalhos, e dessa vez sua primeira frase foi. “Boa Tarde, antes de mais nada preciso dizer que me sinto um novo homem, estou revigorado, recuperei minha auto estima, e agora estou ciente de meus direitos e de minhas condições, estou pronto para recomeçar minha vida”.
A Solução – Nesse caso simplesmente fechamos a torneira que saciava a sede dos bancos, ou seja; ele deixará de pagar os juros abusivos aos bancos, afinal estavam lhe consumindo 100% do salário. A ABC moverá ações judiciais distribuindo 30% de sua renda mensal para os credores, através de depósitos judiciais, e 70% de seus rendimentos ficarão livres para que possa estruturar-se novamente. Não adianta nada ficar pagando apenas os juros abusivos, ou o valor mínimo em cartões de crédito, afinal essa atitude irá apenas aumentar seus problemas
A Revelação – Dia 21/04 participando de um aniversário, fui apresentado à um senhor que por ironia do destino é gerente de pessoas jurídicas de um dos maiores bancos brasileiros, onde começamos a bater papo e trocar experiências profissionais. Em dado momento ele me disse que os bancos são cruéis com seus funcionários, uma vez que lhes impõe o cumprimento de metas, e caso não as atinja dentro de um período médio de 120 dias, ele simplesmente está demitido. Desabafou ainda que nas reuniões gerenciais seus colegas de trabalho costumam dizer que a única diferença que existe entre os bancos e os traficantes, é que o traficante mata quem fica lhe devendo, e o banco não, pois cobra até perceber que não tem mais nada para tirar-lhe, levando o devedor à depressão e à atitudes mais drásticas como a da empresária de Novo Hamburgo. De fato nesses dez anos de aprendizado diário defendo consumidores, percebo claramente que enquanto o banco vislumbra a possibilidade de penhorar algum dinheiro ou bem do devedor, ele não desiste.
A Realidade e a volta por cima – essa não é a primeira e nem a última vez que vou dizer ao amigo leitor, que contra o sistema bancário é preciso ter pulso firme, se ceder às pressões por eles impostas, irá afundar-se cada vez mais. Portanto, não fique esperando por milagres, uma então que sua dívida desapareça após cinco anos(falsa crença popular). Não espere que o banco penhore seus bens e salários. É hora de reagir e dar um basta nessa situação. Saiba que mesmo estando devendo é direito seu fazer a revisão de sua dívida, e com isso pagar por ela um valor justo e dentro de suas possibilidades. Nessa última semana a ABC conseguiu reduzir a dívida de um associado em seu cartão de crédito em 90%, e ainda parcelar o saldo remanescente em 24 parcelas fixas sem juros.
Termino esse texto deixando uma frase para reflexão de autoria de Martin Luther King
A covardia coloca a questão, “É seguro?”
O comodismo coloca a questão, “É popular?”
Mas a consciência coloca a questão, “É correto?”
E chega uma altura em que temos de tomar uma posição que não é segura, não é elegante, não é popular, mas o temos de fazer porque a nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.
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